quinta-feira, 27 de março de 2008

O Nome Como Destino

Segue em negrito o comentário de alguém que se diz o “DCE”. Depois retorno.

Tu está cada vez mais rebaixado. Como não tem como questionar o conteúdo, tenta se apegar a (ou seria à - não é tão relevante assim)forma.

Seja lá quem o mandou, assinou DCE. Nada mais justo, visto o modo como veio escrito. Notem que na palavra “está” houve a preocupação de usar acento. Infelizmente, o cérebro desse ai não permite fazer duas coisas certas a um só tempo. Faltou usar o S para concordar o verbo e o sujeito “Tu”. Nesse caso, o correto seria “Tu estas”. A repetição de uma mesma palavra também se faz presente. O "como" é usado em abundância, tornando tudo mais redundante. Legítimo estilo do DCE.

Enfim. O comentário se refere a um suposto “conteúdo” que haveria no tal “plebissito”. Qual, cara pálida? Uma votação para se encaminhar uma proposta? Então a comunidade acadêmica é convidada a votar em algo que será proposto para uma nova votação, para depois os digníssimos representantes do DCE vituperarem por ai que conseguiram “eleições para reitor”, camuflando a verdade como melhor lhes convém? Mera propostinha demagógica que só serve para o DCE dar algum sinal de vida. Como se falasse: “Ei, estamos aqui.” “Ei, estamos fazendo algo.”

Melhor seria se não fizessem nada. Parem de envergonhar a comunidade acadêmica com sua estupenda ignorância, seus modos trogloditas de agir e se portar. Vocês não representam a comunidade acadêmica verdadeira. Vocês só representam a selvageria de suas idéias e ideais vagabundos. Estão muito bem caracterizados.

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Adendo, por Leonardo Faccioni

O tal "DCE" não leu direito seu exemplar de bolso de Mein Kampf, as instruções de Goebbels ou as de Gramsci (sim, finjo que eles lêem, ainda que seja óbvio terem incorporado os cacoetes pela convivência com seus mentores). Qualquer conteúdo pode - e deve, é instintivo a quem tem senso crítico - ser questionado. O que se passa é a própria "pessoa coletiva", essa certa incorporação psíquica do DCE, reconhecer que seu material vem desprovido de relevância, ou estaria disposto a debatê-lo.

Só se pode racionalizar aquilo que é racional em essência, diz-se. O uso recorrente do vocábulo "força", como na manchete do último informativo do DCE, expõe um flanco à irracionalidade. Prato cheio para os estudantes de psicologia.

Passada a página (ignoremos, por ocasião, o enorme patrocínio do irmão do Reitor à capa) , una piccola elegia ao sexismo desconstrói as virtudes de 51% dos indivíduos para atribuir méritos humanos a ditas "diferenças de gênero". Página seguinte: propaganda da convenção da UNE (ou seria do PCdoB?), aquele muito democrático culto às drogas e ao arremesso de bolinhas de papel, lembrando o famoso vídeo "Que porra é essa?", linkado no menu à direita. Debateremos o tema, ou as vaias impedirão que se argumente?

Coluna da mesma folha: "Marcha do MST esteve na UCS". É mesmo? E os estudantes com isso? Quem tem de perseguir bandidos é a Polícia.
Quarta página: ocupação da reitoria contra o aumento. Por certo, há muito que se discutir quanto ao impacto da depredação nos custos da Fundação, repassados aos estudantes (e, logo se nota, não foi o irmão do reitor quem arcou com o prejuízo).

Nova folha informa que se está "democratizando" o orçamento. Algum motivo há para jamais algo que comece com "democratizar" encerrar por vetar a iniciativa do democrata que organizou a reunião. Os moços devem ser, de fato, exímios argumentadores.

Depois, coluna social trata das festas. Conteúdo bem propício a análises acadêmicas, hão de convir. A ausência de comentários sobre elas neste blog, agora entendo, é a raiz do ódio que nos designa o culto animista da Grande Graúna Preta. Como somos injustos!

Vai-se acabando o esplendoroso conteúdo. No próximo título, um convite à segregação da humanidade de acordo com a concentração de melanina. Por fim, dedicam uma página a explorar as denúncias sobre o ex-ministro Carlos Chiarelli (moralismo de conveniência da PaTota). Curiosidade: logo ao lado, noticia-se mais uma palestra do eterno candidato a vereador da juventude petista, Rodrigo Beltrão. Ano passado, era especialista sobre a Vale do Rio Doce, por força do tal "plebiscito". Agora, sobre meio ambiente. Será que, na próxima, Beltrão nos contará as maravilhas das viagens espaciais?

Última folha. "Universidade Federal em Debate", como sempre. Em 1985, saibam, o Congresso Nacional aprovou a federalização da UCS. A pedido de certos setores caxienses, seguiu-se um ainda inexplicado veto presidencial. De qualquer forma, ficou a sobrevida de um trampolim eleitoral para o caso dos que falam, mas nunca fizeram coisa efetiva quanto ao tema - não em prol da entidade, pelo menos. Com efeito, se federal fosse, nossa faculdade jamais atingiria o nível estrutural hoje ostentado. Já para a política governamental, a distribuição de bolsas torna muito mais abrangente e equânime o acesso ao ensino superior, com o mesmo volume de recursos necessários à manutenção direta de um centro estatal. Infelizmente, responsabilidade quanto ao dinheiro alheio não propicia alarido eleitoral.

Chega-se ao fim como no começo: "Luta", lembrando "Força", pela coletivização dos indivíduos porventura nascidos com cromossomos "XX". A partir daí, só Freud - o austríaco, não Freud Godoy, do dossiê fajuto - explica.

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