Nota: Tempos atrás convidei meu amigo Matheus Pacini, estudante de Ciências Econômicas da UCS para escrever artigo sobre a qualidade de ensino de seu curso. Matheus Paccini é autor do excelente blog Economia Prática, clique aqui para ler, que publica artigos e analises sobre conjuntura econômica com qualidade superior a muita coisa escrita pelos “entendedores” de economia da região. Serve também como resposta aos dementes petralhas que em seus comentários a este blog julgam este ou aquele curso como “capitalistas”, como se todos os cursos da UCS já não estivessem sob a patrulha atrasada do esquerdismo.
Segue o artigo de Matheus Pacini:
Bloco J: Inanição Assistida
Quando adentro o bloco J, sede do curso de Ciências Econômicas na UCS, para a minha tristeza verifico que a profundidade das discussões está no âmbito do mercado especulativo da Bolsa de Valores, sendo que, ao mesmo tempo, há uma infinidade de aspectos que deveriam ser o enfoque principal de todo economista: educação, saúde, logística e administração pública, entre outros. Não é de se estranhar, portanto, que a pesquisa acadêmica de meu curso seja pífia.
Claro que a culpa não recai somente na instituição, mas também nos estudantes, os quais deixam a inanição mental percorrer o seu intelecto, transformando-os em repetidores de opiniões de outrem (especialmente, as de Celso Furtado), sem capacidade de escrever um simples texto de quatro parágrafos (não que quantidade seja qualidade) e viajantes de uma realidade fugaz e de dividendos advindos da sorte e não da política econômica concreta. Pergunto pelos corredores quem está informado sobre o seu compromisso na vida acadêmica geral (controle das contas da UCS, seus investimentos e etc.) e ouço divagações populistas como: ‘isso não é problema meu’, ‘são ladrões e ponto final’ ou mesmo ‘ plantaram um novo gramado’(...).
Um exemplo que cito, pois vivenciei em sua plenitude, foi quando questionei os responsáveis pelo curso sobre a necessidade de um site do nosso departamento, com publicação de artigos e interação real entre os estudantes. Falaram que existia um, entretanto, fechou porque não era visitado. A origem da falta de visitas? Provavelmente, uma postura ignorante no trato do projeto ou desconforto dos professores em expor suas idéias ao grande público (tanto que no próprio currículo Lates, disponível no site http://www.ucs.br/, não existe atalho para download dos trabalhos acadêmicos).
Neste ano, o curso de Ciências Econômicas da UCS completa 50 anos e esperamos que ocorram palestras magnânimas e de cunho multifacetado, e não mais blábláblá sobre o tripé macroeconômico vigente em nosso país (assunto já dissecado). No que toca aos estudantes, mais disposição para leituras diferentes, como a de Thomas Friedman (‘O mundo é plano’) ou talvez a de Amartya Sen (‘ Desenvolvimento como Liberdade’) e, outrossim, uma visão ampla sobre o que ocorre no mundo, através de leituras respeitáveis como a The Economist.
Por Matheus Pacini
Autor do blog Economia Prática
Segue o artigo de Matheus Pacini:
Bloco J: Inanição Assistida
Quando adentro o bloco J, sede do curso de Ciências Econômicas na UCS, para a minha tristeza verifico que a profundidade das discussões está no âmbito do mercado especulativo da Bolsa de Valores, sendo que, ao mesmo tempo, há uma infinidade de aspectos que deveriam ser o enfoque principal de todo economista: educação, saúde, logística e administração pública, entre outros. Não é de se estranhar, portanto, que a pesquisa acadêmica de meu curso seja pífia.
Claro que a culpa não recai somente na instituição, mas também nos estudantes, os quais deixam a inanição mental percorrer o seu intelecto, transformando-os em repetidores de opiniões de outrem (especialmente, as de Celso Furtado), sem capacidade de escrever um simples texto de quatro parágrafos (não que quantidade seja qualidade) e viajantes de uma realidade fugaz e de dividendos advindos da sorte e não da política econômica concreta. Pergunto pelos corredores quem está informado sobre o seu compromisso na vida acadêmica geral (controle das contas da UCS, seus investimentos e etc.) e ouço divagações populistas como: ‘isso não é problema meu’, ‘são ladrões e ponto final’ ou mesmo ‘ plantaram um novo gramado’(...).
Um exemplo que cito, pois vivenciei em sua plenitude, foi quando questionei os responsáveis pelo curso sobre a necessidade de um site do nosso departamento, com publicação de artigos e interação real entre os estudantes. Falaram que existia um, entretanto, fechou porque não era visitado. A origem da falta de visitas? Provavelmente, uma postura ignorante no trato do projeto ou desconforto dos professores em expor suas idéias ao grande público (tanto que no próprio currículo Lates, disponível no site http://www.ucs.br/, não existe atalho para download dos trabalhos acadêmicos).
Neste ano, o curso de Ciências Econômicas da UCS completa 50 anos e esperamos que ocorram palestras magnânimas e de cunho multifacetado, e não mais blábláblá sobre o tripé macroeconômico vigente em nosso país (assunto já dissecado). No que toca aos estudantes, mais disposição para leituras diferentes, como a de Thomas Friedman (‘O mundo é plano’) ou talvez a de Amartya Sen (‘ Desenvolvimento como Liberdade’) e, outrossim, uma visão ampla sobre o que ocorre no mundo, através de leituras respeitáveis como a The Economist.
Por Matheus Pacini
Autor do blog Economia Prática
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