quinta-feira, 5 de julho de 2007

Manobras Convenientes - Na UFRGS o Cotismo é Aprovado

A UFRGS dobra-se aos cajados de Lula, DCE e PSOL e aprova as Cotas.

Reitor Hennemann: Isenção

Durante a semana houve muitos fatos sobre o tema Cotas. Diariamente esbarrávamos com notícias em jornais tratando do tema. No domingo participei de uma manifestação contrária as cotas no parque Farroupilha, vulgo Redenção. Nesta manifestação foi pintada uma faixa com os dizeres "Cotas raciais = Ações Negativas" e também foram colhidas aproximadamente 300 assinaturas em um abaixo-assinado. O que gostaria de salientar é que das pessoas convidadas a assinar o abaixo assinado, NENHUMA era a favor das cotas. Alguns não tinham opinião formada, mas nenhuma a favor.

Segunda feira em dois lugares, em frente à escola de direito e na calçada da escola de engenharia, foram pichados dizeres racistas. Um deles dizia "Negro só se for na cozinha do RU". Gostaria de chamar a atenção para esta pichação ainda não esclarecida pela polícia. A pichação claramente foi feita por profissionais, pois estavam muito bem feitas, semelhantes àquelas que encontramos próximas a UFRGS como: "Fora FHC", "RB$ MENTE" e "Não ao aumento das passagens escolares - PSTU". PSTU este que estava com uma faixa na reitoria no dia da votação das cotas defendendo a implementação das mesmas. Claramente o autor destas pichações tinha o objetivo de desmoralizar o movimento contrário as cotas, visto que este é um movimento centrado e não baderneiro como outros por ai.

Na quinta a noite um grupo de pessoas favoráveis as cotas acampou na reitoria.Uma conselheira da UFRGS, membro do CONSUN o qual tem o trabalho de votar as cotas, entrou com uma liminar na justiça pedindo para que não fosse feita a votação no dia 25, sexta feita, pois o projeto final havia sido recebido apenas na quinta feira ,quando o estatuto do CONSUN diz que o prazo mínimo é de 5 dias úteis. A liminar foi concedida e a votação não poderia ser feita na sexta do dia 25, eu digo poderia porque o reitor José Carlos Hennemann foi até a casa da juíza na manhã do dia 25 buscar uma outra liminar para derrubar aquela concedida para a conselheira. A juíza, na liminar, claramente se contraria.

A votação poderia ser feita com esta nova liminar, porem a conselheira que teve a liminar derrubada pediu vistas ao projeto. Quando um conselheiro pede vistas o mesmo não pode ser votado (mais informações em www.ufrgs.br/consun). O reitor claramente ignorou o pedido de vistas da conselheira e iniciou a votação.

O projeto de cotas da UFRGS foi aprovado e ficou estabelecido a reserva de 30% das vagas para alunos oriundos de colégios públicos sendo que 15% para negros.

Vejamos bem, o colégio Militar de Porto Alegre e o colégio militar Tiradentes são colégios de excelência em Porto Alegre e são públicos, claramente os alunos destes colégios que não passavam por mérito agora passarão por meio de cotas. Outro exemplo de que o sistema é falho é o de que se em um curso de 100 vagas se apenas 15 negros se matricularem estes precisam acertar apenas 30% da prova. Se o vestibulando marcar todas, na mesma questão, ele já terá acertado cerca de 20%, e já estará aprovado.

Um membro do DCE da atual gestão, a qual tem muito de PSOL, falou que o próximo passo é a luta pela democracia universitária. Se a busca é pela democracia porque não foram consultados os estudantes antes do DCE apoiar as cotas, sendo que a imensa maioria é contraria a elas? Somente o abaixo assinado contra cotas arrecadou mais assinaturas que a chapa do atual DCE teve em votos. Essa é a máfia do DCE que deturpa a imagem do estudante, invade reitoria e apóia as cotas. Tudo levando o nome do estudante da UFRGS.
Se estas cotas não vão gerar segregação e racismo o que vai grar?

Por Mateus Marchioro
De Porto Alegre

Um comentário:

Anônimo disse...

O colega de universidade retrata exatamente o que acontece hoje aqui, sem contar na incrivel vontade do reitor em aprovar esta medida populista que só tapa os buracos do ensino básico.
Se temos hoje no Brasil uma divida histórica esta divida é com o ensino básico!